EXPLORAÇÃO

DELFIM MOREIRA - Pq NACIONAL de AGULHAS NEGRAS 95/96

 

Este é um relato escrito (c/ algumas fotos), veja também o relato fotográfico

Mapa do roteiro da viagem com o clima ocorrido click p/ ampliar

Perfil de altitude da viagem click p/ ampliar

Por César Zamberlan                                                             (click nas fotos para ampliar)

 

A bordo de um confortável Galaxi, 1977, eu, Mazinho Bender e César Mendonça começamos a nossa aventura. No porta malas, três bikes, algumas peças de roupas e muita comida, leia-se sucos, frutas e barra de cereais. Destino: Delfim Moreira/MG, pequena cidade próxima a Itajubá e ponto de partida para a nossa viagem.

De Mairiporã a Delfim Moreira foram cerca de três horas de carro. A cidade que um dia foi grande produtora de marmelo e abrigou as fábricas da Peixe, Cica e Colombo, hoje vive da agropecuária e seus sete mil habitantes vivem a lembrar do passado e da linha ferroviária que terminava ali. Delfim Moreira parou naquele tempo e hoje é uma simpática cidade.

Deixamos Delfim Moreira na manhã do dia 29/12/95. O Galaxi ficou estacionado na frente da modesta pensão da dona Milú, com ele boa parte da bagagem. Nas nossas mochilas, o extremamente básico, duas ou três peças de roupas, algumas comidas, poucas e essenciais peças de reposição.

 

Chuva e lama                                                                          

Nem bem começamos pedalar já sentimos que teríamos pela frente dois desafios. O primeiro já previsto, era a chuva e a lama; o segundo era a dor nas costas decorrente de uma noite mal dormida, graças a um colchão que mais lembrava uma pista de motocross.

De Delfim Moreira partimos para Marmelópolis via Fazenda Saiqui. O trajeto com 34 km era basicamente composto por subidas. Na porteira da fazenda havia uma inscrição com a altitude, 1680 m. o visual do lugar compensava a dor nas costa e qualquer outro infortúnio. Nem mesmo a chuva tirava o brilho da paisagem.

Chegamos em Marmelópolis às 13 horas debaixo de um verdadeiro aguaceiro. Marmelópolis tem praticamente o mesmo tamanho de Delfim Moreira e o próprio nome já diz, vivia em função da cultura do marmelo. O almoço em Marmelópolis não poderia ser melhor: arroz, feijão, salda, ovo, tutu e truta, peixe bastante comum na região. Tudo por três reais por pessoa.

Nem bem terminamos de almoçar o tempo deu uma melhorada, nos animando a seguir em frente. Nosso novo destino era Passa Quatro, distante 44 km de Marmelópolis. Chegar em Passa Quatro não foi nada fácil. O primeiro desafio foi uma serra com subidas bastante íngremes e enlameadas que não possibilitavam tração. Se não dava para pedalar, o jeito era empurrar a bike morro acima, ainda assim com extrema dificuldade.

Superado o primeiro desafio, veio o segundo: dez quilômetros de descidas em um desnível de 700 m com solo cheio de pedras. A descida, apesar de não ser muito técnica, apresenta dificuldade, pois qualquer mudança de traçado resultava em passar por cima de várias pedras. Nessa o Mazinho com um bicicleta full suspension, suspensão traseira e dianteira, se deu melhor. Eu por várias vezes tive que parar para "esticar as costas" e descansar um pouco os braços.

Chegamos na agradável Passa Quatro às 19h e ficamos no hospedados no Hotel Serra Azul a R$ 15,00 a diária. Depois de pedalar 70 km fica difícil arranjar animo para sair e conhecer melhor a cidade, ainda mais tendo outros 50 km para enfrentar no dia seguinte. Dessa forma, comemos uma pizza e antes da 22h já estávamos dormindo. Na manhã seguinte partiríamos para Agulhas Negras.

 

Segundo dia rumo a Agulhas Negras                                                     

 

O ponto de partida do nosso segundo dia é a simpática Passa Quatro, estância hidromineral no sul de Minas Gerais. Saímos da cidade por volta das 10h30, depois de procurar uma oficina para fazer alguns reparos no bagageiro da bicicleta que não agüentou os primeiros 70 quilômetros entre Delfim Moreira e Passa Quatro. O nosso destino agora é Agulhas Negras, mas antes era preciso chegar a Itanhandu e depois a Itamonte.

De Passa Quatro a Itanhandu são 14 km de asfalto. A estrada sem acostamento representa um perigo constante. Ninguém respeita o ciclista, mesmo estando ele na mão certa e no canto da estrada, o tráfego pesado nas véspera da passagem de ano é outro problema, pedalar no asfalto é muito desgastante, apesar da bicicleta render muito mais do que na terra. A tensão é muito grande e sempre existe a possibilidade de um caminhão passar por cima de você. Desta vez não foi diferente e um Volvo branco, pilotado por um motorista criminoso, resolveu tirar uma fina das bicicletas e por pouco não nos atropela.

Itanhandu                                                                                    

Não tivemos a chance de conhecer Itanhandu, citada pelos jornais da região como cidade dos artistas, nossa passagem foi breve e cem metros depois da entrada da cidade, entramos a direita numa estrada de terra, dando adeus ao perigo do asfalto. O caminho por terra até Itamonte não poderia ser mais agradável, um visual belíssimo na companhia de peões a cavalo e burros de carga puxando capim. Nada mais agradável do que pedalar podendo contemplar a natureza, sem medo de ser atropelado e ter o canto dos pássaros e o barulho das cachoeiras como trilha sonora.

Infelizmente o trecho entre Itanhandu e Itamonte é curto e depois de 10 km estávamos em Itamonte. A chuva, nossa inseparável companheira, reapareceu com intensidade e como de costume na hora do almoço. Como nos atrasamos para sair de Passa Quatro e como restavam 50 km para Agulhas Negras, aventamos a possibilidade de passar a noite em Itamonte e partir no dia seguinte logo de manhã. O preço dos hotéis e pensões em Itamonte nos desanimaram. Almoçamos num restaurante por quilo e deixamos para tomar a decisão depois.

O grande problema para continuar a viagem era a chuva cada vez mais forte e os 35 km de serra que teríamos que enfrentar. A subida em si não seria problema, o grave é que o trecho é de asfalto, sem acostamento e com trânsito pesado, nenhum dos três estava disposto a arriscar, ainda mais com chuva e a lembrança do Volvo branco que quilômetros atrás quase acabar com a nossa aventura, até que o Mazinho teve uma idéia brilhante: da janela do restaurante viu uma Kombi taxi e pensou na hipótese de contratarmos uma para nos deixar no topo da serra, no chamado Registro da Garganta. De lá pegaríamos a estrada de terra até Agulhas Negras e estaríamos a 12 km do Hotel Alsene, o hotel mais alto do Brasil, há 2400 metros de altitude, por R$ 15,00 o taxista nos levou até o registro da e mesmo de Kombi o trajeto foi bastante perigoso.

Do Registro fica difícil ter uma idéia da dimensão do Pico de Agulhas Negras, o que aumentava e bastante o suspense. Mazinho e Cesão já tinham estado lá em anos passados, mas pouco se lembravam do local. Eu ainda não conhecia o parque. Quando nos preparávamos para subir por volta das 15 horas, a chuva voltou de forma intensa e com ela uma vento frio de congelar a alma. Nos recolhemos em um abrigo, esperando que a forte chuva passasse, caso contrário teríamos que dormir ali mesmo e de maneira bastante improvisada.

O Registro da Garganta fica na divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a ± 1.600 mts de altitude. Passar a noite ali, a mercê do frio e de fortes rajadas de vento, não parecia ser nada agradável. Para a nossa sorte a chuva diminuiu um pouco sua intensidade e resolvemos enfrentar o desafio. Sem conhecer a subida temi pelo meu futuro. Enfrentaríamos 12 km de subida e uma elevação de ± 800 metros até chegar ao Hotel Alsene, correndo o risco de chegar lá e o hotel estar lotado ou outra catástrofe semelhante. Todos os pensamento negativos que geralmente afloram em momentos de insegurança e porque não de medo, logo deram lugar a estupefação. A neblina revelava aos poucos uma paisagem belíssima, às quedas d`águas e o barulho de alguns pássaros nos saudavam. Subir, subir, subir...

A subida da Estrada dos Lírios não se revelou tão forte quanto eu temia, mesmo assim preferi empurrar a bike em certos momento para poupar um pouco as pernas já cansadas ( o segundo dia de viagem é terrível para quem não esta devidamente preparado). Outra vantagem deste local é que a neblina escondia o traçado, impossibilitando-te de ver a subida e sua inclinação. A cada km subíamos o equivalente a 50 metros, registrado pelo relógio do Mazinho um computador de pulso.

Depois de pedalar oito km numa estrada com muitas pedras, chegamos ao Brejo da Lapa, um local extremamente exótico. No Brejo foi construída uma represa, que segundo alguns, teria a finalidade de possibilitar a fuga de Getulio Vargas em um hidroavião em caso de derrubada de governo durante a revolução constitucionalista de 1932 (eu, sinceramente não acredito nesta história).

Descrever o local não é tarefa fácil tamanha a sua beleza. O frio e a neblina davam ao local uma luz diferente, o verde da vegetação e o cinza das rocha contrastavam com tímidos raios solares que furavam o bloqueio da névoa, proporcionando um espetáculo único. Paramos por cerca de trinta minutos no local que servia de acampamento por outros anônimos aventureiros. Ficaria ali, contemplando a natureza por muito mais tempo caso a noite não se prenunciasse.

Mais 4 km e estamos no Hotel Alsene, o mais antigo do Parque, mais próximo do Pico das Agulhas Negras e o hotel mais alto do país. Estamos a 2.400 metros de altitude e a temperatura na noite de 30 de Dezembro é próxima dos 10°. Cláudio, responsável pelo hotel nos recepciona e mostra o nosso quarto. O hotel é bastante modesto. A diária é de R$ 35,00 por pessoa com direito a duas refeições. E o chuveiro, por incrível que pareça, traz algumas gotas de água quente. Banho frio àquela altura do campeonato, nem pensar.

Como não tínhamos planejado passar a virada do ano em um lugar tão alto, levamos pouquíssima roupa de frio, o que nos obrigou a vestir tudo que tínhamos na mochila e passar os dois dias da estadia no Alsene com a mesma roupa. Mesmo assim passamos frio. Conhecemos nas proximidades do hotel quatro estudantes de biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estavam acampados e buscavam, com auxilio de dois professores do curso, uma rara espécie de roedor que habitava o Parque Nacional de Agulhas Negras. Conseguiram achar nove daqueles ratos depois de colocar armadilhas em várias partes do parque. Conhecemos também dois casais de Varginha, hospedados no hotel e um solitário carioca que a dez dias estava acampado na região.

O dia 31 foi atípico, não pedalamos. Nosso único exercício físico foi uma caminhada de 5 km até o abrigo Rebouças, de onde se avista o Pico de Agulhas Negras. Fazia sol e a paisagem que circunda o pico nos remete a outro "planeta". O local é extremamente belo. Um vale de 3 km rodeados por montanhas, sendo que a mais elevada é Agulhas Negras. Passamos toda a tarde observando o local. Da próxima vez escalaremos o Agulha Negras. Por que não.

De volta ao hotel, planejamos o roteiro do dia seguinte. Começaríamos o novo ano pedalando. Tínhamos duas opções: a primeira era fazer o trajeto da subida, ou seja 12 km de descida de pedras e mais 32 km de asfalto até Itamonte. A segunda opção era descer até o Brejo da Lapa e depois se embrenhar em uma estrada de terra que atravessaria a área rural de   Itamonte. A distância do segundo trajeto aferida pelo Mazinho em um dos seus inúmeros mapas era imprecisa, mas preferimos arriscar e conhecer um caminho diferente. Dormimos por volta das 21h e às 9h do dia 1° de Janeiro já estávamos pedalando para aquele que seria o mais difícil de toda a viagem                                         .

Agulhas Negras foi sem dúvida o ponto alto da viagem, além dos 2.400 metros de altitude. O visual belíssimo do local, onde impera com toda sua magnitude o Pico de Agulhas Negras, trouxe ainda mais animo para prosseguirmos nossa viagem. E foi graças a este ânimo extra que superamos às imprevistas dificuldades do quarto dia de viagem. Descemos 4 km pela estrada dos Lírios até o Brejo da Lapa, daí pegamos uma estrada à direita igualmente cheia de pedras. A estrada que serve de acesso ao hotel Abrigo dos Lobos tem seus piores trechos com calçamento, um verdadeiro "sabão" devido a chuva.

Depois do hotel, a descida tornou-se ainda mais difícil. Certa altura, duas crianças passaram por nós. Uma delas, a cavalo, repetia ao eqüino: "vamô com calma, se a gente cai, a gente se alevanta". A outra, a bordo de uma velha Barraforte, nos "atropelou" na descida. De botas, calça comprida, sem camisa e muito menos capacete, o garoto, que logicamente devia conhecer bem o trajeto, passou por nós como um campeão de downhill. Deixamos o piloto da barraforte e sua perícia "despencar" na frente e seguimos o ritmo cuidadoso do cavaleiro.

Depois de aproximadamente dez quilômetros de descida com trechos bastante técnicos, chegamos a pousada da Fragária. Logo depois Mazinho e César Mendonça começaram a sentir os efeitos de uma sopa servida no Alsene. Eu, como não gosto muito de sopa escapei ileso e não precisei parar de pedalar para ter que procurar no mato uma moita que servisse de banheiro.

Ainda próximo a pousada das Fragárias, um simpático itamontense disse que estávamos a aproximadamente 26 km da cidade. Como era impossível calcular a distância pelo mapa, nos baseamos pela informação do cidadão, já imaginando um suculento almoço.

Depois de 8 km e muita chuva, chegamos ao bairro de Campo Redondo. Uma igreja, algumas casas e dois bares fechados compunham o cenário daquele lugarejo, ao notar nossa presença uma bela garota chamou os irmão e um dos bares foi aberto. A nossa entrada no bar foi triunfal e remetia aqueles filmes de faroeste, éramos os "forasteiros" chegando ao "sallon" numa Segunda-feira chuvosa.

Fomos recebidos pela garota e um irmão; aos poucos outras pessoas saíam de dentro das dependências do bar, cerca de nove, provavelmente da mesma família, pois todos eram parecidos. A curiosidade daquelas pessoas sobre nossa aventura era muito grande e a nossa a respeito da distância que nos separava de Itamonte, também. Para nosso espanto, fomos informados de que ainda estávamos a 32 km de Itamonte, ou seja, o cidadão que nos informara antes errara redondamente a quilometragem. Estávamos diante de uma grande roubada. O nosso almoço foi reduzido a alguns pacotes de bolacha água e sal e as inseparáveis barras de cereais Nutry.

Sem outra opção, voltamos a pedalar e como o vilarejo de Campo Redondo fica num buraco, logo de cara enfrentamos o primeiro desafio, uma subida forte. Com o passar dos quilômetros a lama travou minha coroa do meio e as marchas já não entravam; Mazinho e César Mendonça tiveram problemas semelhantes com o SPD, pedal onde fica preso a sapatilha. Como a bike era só lama, tivemos que parar no primeiro riacho e dar um verdadeiro banho nas magrelas, também lubrificar as já desgastadas correntes, isso a apenas 8 km de Campo Redondo.

No riacho, conhecemos três garotos que nos informaram que teríamos pela frente um "paredão", mas que depois dele o trajeto era bem fácil, incluindo cerca de 10 km de descida até Itamonte. Imaginei o quanto ainda subiríamos para ter que descer os últimos 10 km. Viajar por Minas é sempre assim, subir, subir, subir e depois "despencar" quilômetros e quilômetros para chegar nas cidades que ficam entre os morros. Itamonte não era diferente.

Pedalamos cerca de 14 km até começarmos a descer, subimos muito e por muitas vezes a lama dificultou a tração, tornando a subida ainda mais forte. A descida no entanto, recompensou todo o sacrifício. Foram 10 km de uma descida de chão batido, parecido com asfalto, uma delícia. Nada de pedras e erosões, ideal para quem já tinha pedalado 40 km sob chuva, lama e com fome.

Chegamos a Itamonte às 17 horas totalmente enlameados e logicamente sob chuva. Preferimos procurar uma Kombi taxi e assim seguir até Pouso Alto, ao invés de fazer este trajeto de bike, o que acrescentaria mais 25 km de percurso. Além do cansaço, da noite que se aproximava, o problema maior era a estrada de asfalto perigosa e com trânsito intenso, de São Lourenço. Chegamos em Pouso Alto e logo achamos uma pensão a módicos R$ 5,00 o quarto, ou melhor, a cela. Ficamos ali mesmo, o quarto era um pouco maior que a cama. Você entra o ar sai. Janela nem pensar.

Mal nos acomodamos na pensão e partimos em busca de uma refeição que nos sustentasse. Não existe maior inimigo ao ciclista que a má alimentação. Comemos e poucas horas depois, cerca de 20h30, já estávamos dormindo. Pouso Alto é uma cidade fantasma. Passagem para o circuito das águas e nada mais.

Saímos de Pouso Alto bem cedo rumo a Virgínia por uma estrada vicinal asfaltada e com pouco movimento. De Pouso Alto à Virgínia eram 20 km. Nosso plano era almoçar em Virgínia ou Marmelópolis, a cidade seguinte, distante mais 25 km e então chegar a Delfim Moreira, terminando assim a nossa viagem. Mas a chuva, nossa companheira de todos os dias, não permitiu e depois de ter pedalado até Virgínia, preferimos dormir ali mesmo e partir no dia seguinte para Delfim Moreira, independente do tempo.

VIRGÍNIA                                                                                        

 

Chegamos a simpática cidade de Virgínia as 11h30. Arrumamos um quarto para dormir e fomos almoçar. Terminamos o almoço e aí me surgiu uma dúvida, logo compartilhada pelo Cesão e o Mazinho: o que fazer em Virgínia até o dia seguinte? A cidade extremamente simples não oferecia nenhuma opção. Chovia e poucos se aventuravam a aparecer nas ruas. Mazinho resolveu ir para o quarto dormir. Não sei como conseguiu, já que havíamos dormido bastante em Pouso Alto. Eu e Cesão fomos conhecer a cidade, o que fizemos em cerca de 20 minutos.

Não relatarei o resto do dia e a noite em Virgínia, pois entediaria demasiadamente o leitor. Na manhã do dia 3 deixamos a cidade e nem é preciso dizer que sob forte chuva. Depois de cinco dias pedalando, o trio já estava bastante afinado e fizemos o trajeto até Marmelópolis, distante 25 km, praticamente sem parar. De Virgínia à Marmelópolis tivemos que subir uma serra com um visual incrível, com cachoeiras lindíssimas.

Em Marmelópolis paramos para almoçar no restaurante Três Irmãos. Já tínhamos passado por ali no começo da viagem e fomos reconhecidos pelas simpáticas proprietárias da casa. O almoço como da primeira vez estava ótimo e nos animou a seguir viagem a Delfim Moreira, nosso destino final. O tempo você já imagina como estava.

Saímos rumo a Delfim Moreira. Só faltavam 25 km para terminar a viagem. E estes foram com certeza os 25 km mais "curtos" que eu já fiz. Apesar da subida na saída de Marmelópolis, o trajeto foi feito rapidamente e logo estávamos na Pensão da D. Milú em Delfim Moreira. Em frente a pensão o Galaxi do Cesão nos esperava.

Fomos saudados em nossa chegada a Delfim Moreira, muitos nos viram partir e outros logo ficaram sabendo da nossa aventura. Depois do banho e de ter arrumado a bagagem, deixando toda a roupa suja e molhada embalada por dezenas de sacos plásticos no porta-malas, começamos a planejar uma nova aventura. Desta vez mais longa e ao refletir sobre este seis dias de viagem e cinco de pedal, imaginamos como teria sido difícil percorre-los sob o sol forte. Pensando bem, a chuva nos ajudou bastante....

PS: Enfrentamos um temporal na Dutra e na Dom Pedro, Chegamos a Mairiporã debaixo de um dilúvio e o Cesão, que mora em São Caetano, ficou horas preso em São Paulo devido a enchente, só chegando em casa de madrugada.